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Relatório Semanal do Mercado do Trigo – Semana 44 (28 de outubro a 03 de novembro de 2024)

Mercado do Trigo

Mercado do trigo

A semana 44 trouxe atualizações relevantes para o mercado do trigo, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Fatores como a continuidade das importações, oscilações de preços, condições climáticas e os desdobramentos das negociações pós-ABITRIGO moldaram o panorama da semana. Este relatório apresenta uma visão abrangente do mercado, com destaque para cotações, produção e tendências que influenciam os compradores de trigo no Brasil.


Situação do Mercado do Trigo Nacional

Condições Climáticas no Brasil

No Brasil, as chuvas esparsas no Sul ajudaram a estabilizar as condições das lavouras no Rio Grande do Sul, principal estado produtor desta safra. Dados da Conab indicam que cerca de 85% das lavouras gaúchas estão em boas condições, o que mantém uma projeção positiva para a produtividade média, estimada em 3.100 quilos por hectare. No Paraná, no entanto, a falta de chuvas prejudicou parte das lavouras em fase de maturação, especialmente no Norte do estado, onde os rendimentos podem ficar abaixo do esperado.

A Emater/RS destacou que a colheita no Rio Grande do Sul já alcançou 25% da área total plantada, com resultados satisfatórios até o momento. Contudo, a dependência do mercado interno em relação às importações ainda é evidente, o que reflete nas cotações e na oferta.

Preços no Mercado Interno

Os preços do trigo no Brasil se mantiveram relativamente estáveis. No Paraná, o valor médio foi de R$ 1.520 por tonelada, enquanto no Rio Grande do Sul, a cotação ficou próxima de R$ 1.460 por tonelada. Segundo o Cepea, a demanda por trigo de qualidade superior (PH acima de 78) segue aquecida, enquanto o trigo de menor qualidade enfrenta maior resistência por parte dos moinhos.

No mercado doméstico, o aumento da taxa de câmbio (dólar cotado a R$ 5,47) impactou os custos das importações e colocou pressão adicional sobre os preços locais. Essa alta cambial também aumentou os custos para os moinhos, que já enfrentam desafios com margens apertadas.


Mercado do Trigo Internacional

Argentina: Liderança nas Exportações

A Argentina continua sendo o principal fornecedor de trigo para o Brasil. As vendas FOB caíram para US$ 230/tonelada para dezembro e US$ 240/tonelada para janeiro, reforçando sua competitividade no mercado sul-americano. No entanto, a moeda local enfraquecida e as incertezas políticas continuam pressionando o setor agrícola argentino, com os produtores buscando adiantamentos para reduzir os riscos cambiais.

A previsão para a safra argentina é de 11 milhões de toneladas de saldo exportável, com cerca de 5 milhões de toneladas destinadas ao mercado brasileiro. As negociações para cobrir as demandas de fevereiro e março de 2025 já começaram, mas permanecem cautelosas devido às incertezas cambiais.

Rússia e Trigo do Mar Negro

A Rússia continua ampliando sua presença no mercado global, oferecendo trigo a preços competitivos. Durante a semana, foram reportados carregamentos para o Nordeste brasileiro com valores CIF em torno de US$ 275 por tonelada, ligeiramente abaixo dos preços anteriores. Apesar disso, as dificuldades logísticas e a preferência por trigo argentino mantêm os volumes russos limitados ao Brasil.

Mercado do Trigo nos Estados Unidos e Canadá

Nos Estados Unidos, a colheita de trigo de inverno avançou para 88% da área total, com rendimentos médios acima do esperado em algumas regiões. Os preços FOB em Chicago foram cotados a US$ 5,85/bushel, uma leve recuperação frente às semanas anteriores, impulsionada por uma demanda externa mais forte. No Canadá, os atrasos na colheita devido às chuvas no Oeste do país continuam sendo um problema, reduzindo a disponibilidade imediata para exportação.


Tendências e Expectativas do Mercado do Trigo

Com a proximidade do final de ano, o mercado de trigo tende a se concentrar em cobrir as necessidades de curto prazo, especialmente para os meses de dezembro e janeiro. A dependência das importações continuará sendo um fator crucial para os preços domésticos no Brasil, enquanto as condições climáticas tanto no país quanto nos principais fornecedores globais, como Argentina e Rússia, determinarão a oferta.

A alta do dólar reforça os desafios para a importação e pode pressionar os preços domésticos nas próximas semanas. Além disso, o impacto da safra norte-americana e os avanços na colheita argentina devem ser acompanhados de perto por compradores e moinhos.


Conclusão

A semana 44 apresentou um mercado do trigo com relativa estabilidade nos preços, mas com sinais de pressão devido à valorização cambial e às condições climáticas adversas no Brasil. Internacionalmente, a competitividade do trigo argentino e as ofertas russas continuam moldando o cenário, enquanto o dólar forte influência as negociações. Para os compradores de trigo no Brasil, o planejamento estratégico e a diversificação de fornecedores serão essenciais para enfrentar os desafios dos próximos meses.

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