Relatório Semanal do Mercado do Trigo – Semana 40 (30 de setembro a 06 de outubro de 2024)

0
53
Mercado do trigo
Mercado do trigo

Visão Geral do Mercado do Trigo

Durante a semana de 30 de setembro a 06 de outubro de 2024, o mercado do trigo permaneceu em um cenário de alta volatilidade. Assim, marcado por condições climáticas adversas, ajustes nas previsões de produção e flutuações nos preços internacionais. Os fatores predominantes incluem geadas tardias nas regiões do sul do Brasil. Assim também os problemas logísticos na Argentina e especulações sobre a oferta global, especialmente devido à continuidade do conflito na Ucrânia, um dos principais exportadores de trigo.

Clima e Impacto na Produção Brasileira

No Brasil, a safra de trigo continuou a ser fortemente impactada pelas geadas que atingiram o Paraná e o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Relatórios do Deral indicam que aproximadamente 35% das lavouras no Paraná foram atingidas por geadas no final de setembro. Com isso, resultou em uma expectativa de queda significativa na produtividade. O impacto das geadas foi mais severo em áreas que estavam em estágios avançados de maturação. Principalmente em lavouras que já estavam em fase de floração e frutificação.

Além disso, o Departamento de Economia Rural (Deral) destacou que, com a finalização do ciclo de plantio. A área plantada de trigo no estado foi de 1,16 milhão de hectares, uma redução em relação ao ano passado. A produtividade estimada para 2024 está agora em 2.765 kg/ha, um número revisado para baixo devido aos danos climáticos. No Rio Grande do Sul, a Emater/RS relatou que, apesar das geadas, algumas regiões ainda apresentam condições de desenvolvimento favoráveis. Principalmente nas áreas de planalto onde a reposição hídrica foi benéfica nas últimas semanas.

Preços e Comércio

No aspecto comercial, o mercado do trigo no Brasil apresentou uma ligeira alta nos preços, com a tonelada sendo negociado FOB a R$ 1.550,00 no Paraná e R$ 1.400,00 no Rio Grande do Sul, conforme nossas cotações e negociações de trigo para os Clientes da Agromaxima. A baixa disponibilidade de trigo de qualidade superior, especialmente nas áreas impactadas pelas geadas, impulsionou esse aumento. Os compradores estão mais cautelosos, pois a oferta interna ainda depende de avaliações mais detalhadas sobre os danos causados às lavouras.

Em termos de importação, o Brasil continuou a ser pressionado pelos altos custos do trigo importado, especialmente da Argentina, onde problemas logísticos e greves impactaram o fluxo de exportação. Os preços FOB em portos argentinos fecharam a semana em US$ 235 por tonelada para dezembro de 2024. Uma queda em comparação com a semana anterior, mas ainda elevados quando comparados à média do início de setembro.

Cenário Internacional

Internacionalmente, o trigo manteve-se volátil. Na Ucrânia, o conflito continua a prejudicar as exportações, assim resultando em uma oferta global mais apertada, o que pressiona os preços em alta. Nos Estados Unidos, o USDA revisou suas projeções de safra, apontando uma ligeira redução na produção esperada para 2024/25 devido à seca em estados produtores como Kansas e Dakota do Norte.

Na Rússia, apesar da colheita recorde esperada para o ciclo 2024/25, o governo anunciou que as cotas de exportação serão mantidas, limitando o volume de trigo que poderá ser enviado ao mercado internacional. Assim, contribuindo para uma estabilização dos preços globais de trigo em torno de US$ 6,10 por bushel na Bolsa de Chicago (CBOT) ao final da semana.

Impacto e Perspectivas

As incertezas no mercado global e os desafios climáticos no Brasil mantêm os compradores de trigo em estado de alerta. A expectativa é que, caso os problemas climáticos se agravem, especialmente com a possível intensificação do fenômeno El Niño, a safra brasileira possa sofrer perdas adicionais nos próximos meses. Isso pressionará ainda mais o mercado interno, exigindo maior dependência das importações para atender à demanda dos moinhos.

Em contrapartida, as previsões de aumento na produção de trigo na Rússia e na Argentina podem contribuir para uma leve estabilização dos preços internacionais, embora o cenário ainda dependa fortemente de variáveis climáticas e geopolíticas.

Conclusão

Portanto, a semana 40 de 2024 demonstrou um mercado de trigo marcado por volatilidade, onde o clima e as incertezas na oferta global mantêm os preços elevados. O cenário ainda é incerto, e os compradores de trigo no Brasil devem continuar monitorando de perto as condições climáticas e as movimentações no mercado internacional para ajustar suas estratégias de compra e venda.

Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do Agromaxima News e então receba em primeira mão as principais notícias do mercado do Trigo.

Fontes:

  1. Agromaxima: agromaxima.com.br
  2. Cepea: cepea.org.br
  3. Deral: agricultura.pr.gov.br/Deral
  4. Emater/RS: emater.tche.br
  5. USDA: usda.gov
  6. Reuters: reuters.com
  7. Bolsa de Cereales de Buenos Aires: bolsadecereales.com

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui