Durante a semana de 02 a 08 de setembro de 2024, o mercado do trigo global seguiu em um cenário de incertezas. Principalmente por conta de condições climáticas adversas em grandes regiões produtoras, como o Brasil e a Argentina. Abaixo, destacamos os principais acontecimentos que afetaram o mercado de trigo durante esse período:
Mercado do Trigo no Brasil
No Brasil, os preços do trigo permaneceram relativamente estáveis, com cotações variando os preços FOB entre R$ 1.300 e R$ 1.500 por tonelada, dependendo da qualidade e da região. As recentes geadas no Paraná e Rio Grande do Sul, combinadas com uma prolongada seca, continuam a impactar negativamente a safra, especialmente nas lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo e floração. Aproximadamente 28% das lavouras no Paraná já estão em maturação, o que torna os impactos climáticos ainda mais preocupantes. Essas condições adversas podem resultar em uma quebra de safra significativa, impactando a oferta nacional e aumentando a dependência de importações.
O Paraná, que é o principal estado produtor, foi fortemente atingido pelas geadas, o que deve levar a uma redução de aproximadamente 15% na produção esperada. No Rio Grande do Sul, embora a situação climática tenha melhorado com chuvas recentes, ainda existe uma expectativa de produtividade abaixo do esperado devido à seca prolongada observada nos últimos meses. Os estoques domésticos permanecem baixos, o que contribui para a pressão sobre os preços e dificulta as negociações para os moinhos.
Argentina
Na Argentina, o cenário também é de preocupação. As condições climáticas continuam a ser desafiadoras, com temperaturas mais baixas retardando o desenvolvimento das lavouras. A área cultivada nesta temporada é de aproximadamente 6,3 milhões de hectares, mas as lavouras enfrentam falta de umidade em várias regiões. Cerca de 51% das áreas cultivadas estão em déficit hídrico, o que pode comprometer a produtividade final, e a previsão de chuvas para as próximas semanas será crucial para determinar o resultado da safra.
O preço do trigo FOB na Argentina caiu para US$ 267,00 por tonelada, refletindo um mercado pressionado pela oferta global, principalmente pelos altos volumes de exportação da Rússia. Mesmo assim, as exportações argentinas continuam fortes, e o país segue como um dos principais fornecedores de trigo para o Brasil.
Estados Unidos
Nos EUA, a Bolsa de Chicago (CBOT) registrou uma queda nos preços do trigo durante essa semana, com os contratos de setembro sendo negociados a US$ 6,35 por bushel, uma redução de 3,23%. A ausência de notícias significativas da Ucrânia e a abundante oferta de trigo da Rússia pressionaram os preços. A competitividade do trigo norte-americano foi afetada, com grandes importadores, como o Egito, optando por trigo russo devido ao preço mais baixo.
Rússia
A Rússia continua a desempenhar um papel central no mercado global de trigo, com uma safra substancial que está colocando pressão sobre os preços internacionais. O país, que é o maior exportador mundial de trigo, está fornecendo grandes volumes para o mercado global, o que mantém os preços sob controle. No entanto, as sanções internacionais e a volatilidade política ainda são fatores de risco para o mercado russo de trigo.
Impactos Futuros no Mercado do Trigo
Para os próximos meses, o mercado de trigo no Brasil deverá continuar enfrentando desafios devido à escassez de oferta causada pelos eventos climáticos adversos. A safra atual, que já enfrenta uma estimativa de redução de até 15% no Paraná, pode ter impactos significativos no abastecimento interno e aumentar a dependência de importações, especialmente da Argentina. A longo prazo, a tendência é de que os preços se mantenham firmes, impulsionados pela baixa oferta e pela alta paridade de importação.
Com as condições climáticas sendo um fator determinante para os próximos 10 meses, os produtores brasileiros precisarão adaptar suas estratégias para mitigar os riscos de quebras futuras. O impacto da seca no sul do país, aliado às geadas recorrentes, continuará sendo uma preocupação até a próxima safra.
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Fontes:
- Canal Rural(Canal Rural)
- Notícias Agrícolas(Notícias Agrícolas).