Panorama do Mercado do Trigo
A semana foi marcada por um misto de pressões baixistas no mercado futuro de Chicago e fatores altistas vindos de problemas climáticos e geopolíticos no Mar Negro. Enquanto isso, o Brasil sentiu o peso da competitividade do trigo argentino, que continua sendo o principal fornecedor externo e influencia diretamente a formação dos preços internos.
1. Cenário Internacional do Trigo
Estados Unidos
- Os contratos futuros de trigo em Chicago (SRW – Soft Red Winter) recuaram 0,75% na semana, fechando a US$ 5,1450/bushel (~US$ 189/t).
- O Kansas City (HRW – Hard Red Winter) caiu 3,25 cents, fechando em US$ 5,1825/bu (~US$ 190/t).
- No mercado físico (FOB exportação), os preços recuaram para a maioria das classes: HRW caiu US$ 6/t (US$ 233/t), SRW caiu US$ 3/t (US$ 221/t), SWW caiu US$ 3/t (US$ 241/t). Apenas o HRS (Hard Red Spring) subiu, +US$ 9/t (US$ 274/t).
Fonte: USDA, CME Group.
Rússia e Ucrânia
- A consultoria IKAR revisou a estimativa de produção russa para 83–85 milhões de toneladas, reforçando a posição de maior exportador mundial.
- No entanto, áreas ucranianas ocupadas pela Rússia devem dobrar a produção em 2025 para cerca de 1 milhão de toneladas, gerando polêmica geopolítica e possíveis impactos logísticos no Mar Negro.
Fonte: Reuters, IKAR.
2. Trigo na Argentina – Safra e Preços
- Plantio: 98,3% concluído para a safra 2025/26, com 96,9% das lavouras em condições boas a excelentes, impulsionadas por chuvas expressivas em julho, principalmente em Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba.
- Preços: Média semanal de US$ 201/t (+0,24% vs. semana anterior).
- Impacto: Competitividade elevada frente ao produto brasileiro, favorecida pelo câmbio e proximidade logística.
Fonte: Bolsa de Cereales de Buenos Aires, Mercado Rosario.
3. Trigo no Brasil – Preços e Oferta
Cotações
- No Paraná, o indicador CEPEA registrou queda de 1,42%, fechando a R$ 1.456,28/t.
- No Rio Grande do Sul, a proximidade da colheita e a oferta elevada pressionaram os preços para baixo.
Fonte: CEPEA, Agrolink.
Importações
- Em junho, o Brasil importou cerca de 487 mil toneladas de trigo, sendo 94,1% da Argentina (458 mil t).
- A paridade de importação mantém os preços internos sob controle:
- Paraná: Deveria ser aproximadamente R$ 1.240/t para competir com trigo argentino CIF Curitiba.
- Rio Grande do Sul: Deveria estar na casa dos R$ 1.230/t para competir com o trigo Argentino CIF.
Fonte: Cepea, Safras & Mercado.
Efeito da Argentina sobre o Brasil
- Assim, a oferta argentina abundante limita o espaço para altas no mercado interno, mesmo diante de valorizações externas ocasionais.
- No entanto, Moinhos brasileiros seguem bem abastecidos, o que reduz pressões imediatas de compra no mercado doméstico.
4. Conclusões da Semana
Fator-chave | Impacto Principal |
---|---|
Queda em Chicago | Pressão baixista global |
Produção russa elevada | Oferta abundante no leste europeu |
Safra argentina excelente | Competitividade no Mercosul |
Dependência brasileira da Argentina | Limitação de preços internos |
Perspectiva para a próxima semana
Portanto, o mercado seguirá monitorando:
A evolução climática no Hemisfério Norte. Além disso, as possíveis restrições logísticas no Mar Negro. Assim, como os movimentos cambiais que afetam a paridade de importação no Brasil.
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