Estabilidade dos Preços no Mercado do Trigo
Os preços do trigo no Brasil mantiveram-se estáveis na última semana de junho. No Rio Grande do Sul, o saco do produto oscilou entre R$ 66,00 e R$ 68,00, enquanto no Paraná alcançou R$ 75,00. Segundo a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), o mercado está inclinado para alta, influenciado pelos baixos estoques nacionais, desvalorização do Real e redução na área plantada nesta safra. O indicador Cepea/Esalq para o Paraná registrou R$ 1.530,20 FOB por tonelada em 24/06, um aumento de 3,1% desde o início do mês. No Rio Grande do Sul, o preço foi de R$ 1.453,86 FOB por tonelada, marcando um aumento de 8,86% no acumulado de junho.
Previsão de Redução na Área de Plantio em Santa Catarina
Em Santa Catarina, há uma previsão de redução de 9% na área de plantio de trigo. Apesar disso, espera-se uma produtividade média significativamente maior, podendo alcançar 3.450 quilos por hectare, um crescimento de 54% em relação ao ano anterior. Isso resultaria em uma produção total de 432.600 toneladas, um aumento de 41% comparado à safra anterior. Em São Paulo, o clima quente e seco também deve resultar em retração no plantio de trigo, embora ainda não haja projeções estatísticas suficientes.
Impacto do Clima na Semeadura do Trigo
A frequência de chuvas tem atrapalhado a semeadura do trigo no Sul do Brasil. O encharcamento do solo dificulta a entrada das máquinas na lavoura e aumenta o risco de incidência do mosaico comum do trigo. A previsão de La Niña para os próximos meses pode favorecer o desenvolvimento dos cereais de inverno, mas também traz o risco de geadas tardias. A janela de semeadura de trigo na Região Sul vai de maio a julho, e a semeadura em áreas encharcadas pode trazer problemas com o mosaico comum do trigo, que depende de água livre no solo para se desenvolver.
Riscos de Geadas Tardias no Mercado do Trigo
O atraso na semeadura do trigo pode reduzir os riscos de perdas por geadas tardias, que causam danos maiores durante o espigamento e a floração do trigo. A previsão do CPTEC/INMET/FUNCEME para os meses de inverno de 2024 na Região Sul indica condições favoráveis para chuvas acima da média na parte central e leste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sudeste do Paraná. A chegada de massas de ar de origem polar poderá provocar declínio nas temperaturas, possibilitando a ocorrência de geadas em algumas localidades.
Demanda e Paridade de Importação
As cotações do trigo continuam firmes no mercado brasileiro, sustentadas pelos baixos estoques domésticos e pela elevação da paridade de importação. O trigo de qualidade superior está escasso, aumentando a demanda e os preços. A área destinada ao cultivo nesta temporada será menor do que a da safra anterior, fazendo com que a produção dependa das condições climáticas. No campo, os produtores estão focados nos cuidados culturais e na semeadura das novas áreas.
Situação do Mercado Internacional
No mercado internacional, os futuros do trigo em Chicago subiram nesta semana devido à forte demanda por exportações. Portanto, a safra registrou números saudáveis de vendas para exportação, com compras de importadores importantes como Egito e Argélia. No entanto, na Argentina, o plantio de trigo da safra 2024/25 alcançou 81% da área projetada, com algumas áreas enfrentando falta de umidade superficial. Assim, a previsão é que 72% da área emergida apresente reservas hídricas adequadas para a baixa demanda inicial do cultivo.
Conclusão
O mercado de trigo no Brasil permanece estável, mas com uma tendência de alta devido aos baixos estoques domésticos, desvalorização do Real e redução na área plantada. Além disso, a previsão de La Niña e o clima volátil são fatores que precisam ser monitorados de perto pelos produtores e compradores. A demanda internacional continua forte, influenciando os preços no mercado brasileiro.
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